Beleza? Belo?

Antes de entrar no tema das próximas duas aulas buscaremos uma definição mais filosófica de um termo: BELO (não o cantor), é da palavra mesmo.
  
Em todas as aulas pego a origem da palavra para mostrar o impacto dela para a gente fazer nossas análises. Então vamos ao conceito de belo que foi discutido por filósofos gregos, o que determina que uma obra de arte de verdade é bonita?

Para Aristóteles, na Metafísica, o belo é  "As principais formas de beleza são a ordem e a simetria e a definição clara".

Ou seja, a arte vai se basear na simetria para ser bela, o lado direito tem que ser igual ao esquerdo. O que vai significar que um artista saber fazer cálculos matemáticos, a beleza se expressa pela exatidão matemática.... sim, bora quebrar essa rivalidade entre Humanidades e Exatas, a arte que a gente “gosta” só existe porque o suposto cara das humanidades sabia fazer continha (não é qualquer conta meu povo).

Podemos afirmar que esse belo e essa arte é ligada a racionalidade do mundo, enquanto os cidadão ficam em debates sobre melhorias da cidade, os artistas expressam o mundo em sua grande magnificia matemática. Evidente que se a gente for procurar em textos socráticos ele mostra como o belo não é objeto determinado, fixo e imutável, mas a gente tem que partir de algum princípio para analisar alguma coisa.

Vejamos as imagens:

   

Como falamos em sala, essas esculturas traz a questão do padrão de beleza, não era todo mundo que tinha esse corpo malhado, mas esse era o ideal.  E também é uma arte que cultua seus deuses.

Beleza no renascimento

Quando o Império Romano cai, o feudalismo começa a se consolidar, nesse período a arte fica mais voltada para uma arte-didática para ensinar camponeses os ensinamentos da bíblia. Por esse motivo não iremos falar desse período agora.
            O renascimento cultural foi fruto de uma sociedade que estava se modificando materialmente, que precisa de outras explicações sobre sua realidade, surge correntes filosóficas que sacodem as percepções sociais. Os intelectuais da época chamaram o período que os antecede de “período das trevas”, da não razão e da não estética.
Uma das maneiras encontradas para exprimir no mundo essa nova concepção foi o ressurgimento das técnicas gregas e novas releituras.
A arte volta a ser antropocêntrica, mas com o pudor e a moralidade cristã.

  




Bosch o jardim das delícias.


O quadro do Bosh foi um sucesso que eu fiquei impressionada, mas vocês verão que ainda tem mais arte assim. Veja outros detalhes sobre a obra que deixou vocês impressionados: http://noticias.universia.com.br/destaque/noticia/2014/02/05/1080036/renascimento-jardim-das-delicias-terrenas-hieronymus-bosch.html




Fotografia

Vamos dar um salto que é a beleza retratada pela fotografias, a gente sempre costuma achar que a fotografia é a captura real e exata da cena retratada. A gente muitas vezes não percebe que criamos cenários, histórias e produzimos um discurso com elas.
A fotografia quando se populariza e o cinema também acaba criando um padrão de beleza.
A gente questiona a diferença e mudanças com relação de homens e mulheres do decorrer desse processo.















A grande parte desses atores que eram considerados bonitos quando jovens, ainda com mais de seus 50 anos de idade ainda são considerados galãs, seus cabelos grisalhos é encarado como charme, suas rugas mostra sabedoria. A maior parte dessas musas conforme forma envelhecendo optaram por cirurgias plásticas para continuarem a parecer jovens ou foram renegadas pela grande mídia.



A gente relembra um caso brasileiro típico dessa proibição que a mulher tem de envelhecer: http://gente.ig.com.br/2014-11-27/vera-fischer-o-auge-as-polemicas-e-o-declinio-da-estrela.html

A notícia que bombou sobre ela ter envelhecido: http://vejasp.abril.com.br/blog/pop/caua-reymond-sai-em-defesa-de-vera-fischer-apos-foto-que-mostra-atriz-8220-irreconhecivel-8221/


E outra coisa...

Digitando no google para saber o nosso padrão de bonito contemporâneo a resposta foi essa.






O que significa que a maior parte das pessoas está sendo enquadrado no feio da sociedade. Isso faz com que a gente se submeta a várias coisas para se encaixar, seja alisar o cabelo, fazer dietas mirabolantes, querer consumir um produto que não temos condições de comprar para entrar no padrão, e que a nossa auto-estima seja baixa.
A gente, além disso, percebe pelo conceito de bonito que o padrão de beleza é racista e não contempla a periferia, e quando ela é enxergada é para ser sexualizada. E quando a gente assume a cultura e estética periférica, não estamos criando tendência e sim criando lutas simbólicas contra todo um aparelho que nega a nossa auto-percepção.

      E por último e não mesmo importante o vídeo da Jout Jout:

https://www.youtube.com/watch?v=83BMiGieYfc


Espero ter esclarecido dúvidas.

Até o próximo texto,
Profª Lene - História da Arte

Referências bibliográficas



Como falar sem palavras?

Antes de falar de qualquer movimento artístico é preciso entender a função de alguns objetos que usamos. Aqui a gente não vai se referir a um material concreto e sim a conceitos.
Comunicamo-nos o tempo todo, via Facebook, WhatsApp, e-mail, Snapchat, bom a lista vai se encerrar por aqui ainda tem chão para o debate. O ponto que quero chegar é nos comunicamos o tempo do, mas sabemos o conceito de comunicação?
Texto cheio de palavras repetidas, mas vamos para esse conceito logo.

Comunicação vem do grego communicare que significa partilhar algo ou seja quando falamos temos um objetivo de informar, concordar, discursar, qualificar ideias, opiniões e acontecimentos.

Aqui em História da Arte vamos tratar de como essa comunicação é feita se é visual ou sonora. Então antes de se pegar qualquer imagem, figura, cena ou música é preciso iniciar a investigação com o seguinte pensamento “quem se comunica quer dizer algo”, por que isso tem que ser importante? Simples, sempre achamos que quem o faz só quer passar o tempo e raramente procuramos o real motivo da obra.
Querem um exemplo, supimpa, eita gíria antiga, Jorge Amado em Capitães da Areia usa seu livro para propagar os ideais comunista, onde encontramos essas ideias? No João de Adão e no padre José Pedro. O impacto disso socialmente foi a tiragem queimada em praça pública por Vargas, e Jorge Amado chegou ser o autor mais lido da União Soviética.
Melhor que dar exemplos é treinar no decorrer das aulas até porque o ENEM não cansa nunca de colocar uma imagem e pedir para a gente assinalar a resposta correta de uma coisa que não temos noção do que é.
Primeiro de tudo, nem sempre tivemos o alfabeto e antes dele ser inventado pelos fenícios a comunicação “escrita” era feita por desenhos que representavam o que eles queriam falar. Esse tipo de registro servia para administrar ou para passar os conhecimentos parar as futuras gerações como é o caso da pintura rupestre e pintura egípcia.

Pintura Rupestre

O termo rupestre é derivado de rocha, mas por que um ser humano vai desenhar na rocha? Rituais de caça ou místicos, isso a gente nunca vai saber ao certo. Por que ela é importante? Pelo simples fato de ter sido convencionado que a História é escrita e não “desenhada” e acreditem dividiram o mundo entre antes e depois da invenção do alfabeto e por esse motivo aprendemos a enxergar esses povos como atrasados e inferiores.
Sociedades tribais são complexas e seus simbolismos também, as dinâmicas mudam de grupo para grupo, é invariável que sempre buscamos registrar nosso cotidiano e crenças. E outra quando foi decidido que a História seria dividida em antes ou depois da escrita não podemos nos esquecer que foi feita por pessoas letras que se achavam as melhores do mundo por saber ler e escrever, mas não queriam ensinar aos demais POR QUE ISSO ERA UM PRIVILÉGIO. Dessa forma é uma maneira de inferiorizar e ridicularizar os demais da sociedade que eles habitavam.





Parque Nacional da Serra da Capivara/ Br



Campo Limeiro – Galícia


Arte Egípcia
A arte do Egito Antigo nos concede maiores interpretações já que teve contato com as civilizações que escreveram a História, além das interações e integrações sociais tudo era ricamente documentado. A arte no Egito Antigo além de mostrar o cotidiano mostrava rituais sagrados, adoração ao faraó, festejava os feitos daquele povo e ajudava na administração.
Com uma arte muito rica de adereços e muitos significados os egípcios não deixam nem momento passar desapercebido.
Aqui por mais que tenha letras, desenho/pintura desempenha a função social de diário, de registro e demarcações do sagrado. Um “simples desenhinho” muito poderoso.











Estamos falando de comunicação por signos, não é o do Zodíaco, parece que nos comunicamos somente por palavras, pegue o seu celular e olhe uma conversa e veja se não tem um coração, uma carinha sorridente, os emojis que é uma febre tem como função exprimir uma sensação ou sentimento por meio de um desenho.






Lembra que falei que aprendemos enxergar os humanos da “pré-história” como inferiores por usarem signos ao invés de palavras, então fazemos uma coisa parecida em uma mescla de escrita/signo.

Uma coisa é certa independente da época, civilização ou país um desenho/signo é uma linguagem universal. Claro que dentro de algumas comunidades eles podem assumir um significado diferente, mas sempre será daquela forma, por exemplo, um coração vermelho todos veem que é um coração vermelho, mas lemos como amor, contudo só é um coração vermelho.
Como eu gosto é de causar, repara só na charge que resume a aula.




Espero que tenham gostado do assunto.
Até a próxima,
Profª Lene – História da Arte

Referência
< http://conceito.de/comunicacao > Disponível em 28 de Abr de 2017.
< http://obviousmag.org/archives/2014/01/o_que_e_arte_rupestre.html >Disponível em 28 de Abr de 2017.
http://obviousmag.org/archives/2014/01/o_que_e_arte_rupestre.html  Disponível em 28 de Abr de 2017.

< https://www.historiadasartes.com/nomundo/arte-na-antiguidade/arte-egipcia/ > Disponível em 28 Abr de 2017.